Dando continuidade a nossa grande caminhada, deixamos Namche Bazaar com o objetivo de cruzar o Renjo La (Passo Renjo), à 5345m de altitude, que dá acesso ao povoado de Gokyo.
Dia 10 (06/05):
Saindo de Namche Bazaar (3420m), caminhamos até o vilarejo de Thame (3820m). Foi um dia relativamente curto de caminhada, sem ganhar muita altitude, para permitir a aclimatação. Acampamos ao lado do Thame View Guesthouse (valor para acampar: gratuito). O tempo estava nublado e passamos a tarde descansando. De noite choveu forte.
“Mani wall” esculpida e pintada com mantras budistasDia 10 (06/05):
Saindo de Namche Bazaar (3420m), caminhamos até o vilarejo de Thame (3820m). Foi um dia relativamente curto de caminhada, sem ganhar muita altitude, para permitir a aclimatação. Acampamos ao lado do Thame View Guesthouse (valor para acampar: gratuito). O tempo estava nublado e passamos a tarde descansando. De noite choveu forte.
Portal com rodas de oração no lado de dentro. Na parte de cima da foto, está um rhododendro amarelo florido.
As bandeirinhas budistas, com orações inscritas, são geralmente colocadas nos rios, nos passos e nas casas. Para os budistas, elas santificam o ar e trazem méritos para as pessoas. As cores tem um significado e uma ordem específica: branco (representando o ar), vermelho (fogo), verde (água), amarelo (terra) e azul (éter).
Stupa, em Thamo (um vilarejo entre Namche Bazaar e Thame)
A caminhada durante a primavera é presenteada com centenas de espécies de flores silvestres.
Flor
Inseto
Árvore curiosamente situada na beira de um penhasco
O vilarejo de Thame (3820m), cercado de montanhas nevadas.
Dia 11 (07/05):
Desmontamos a barraca, arrumamos as mochilas e seguimos caminhando. Subimos pelo vale em direção à Lungden. No entanto, perdemos o desvio para Lungden e acabamos indo parar em Arye (4300m), um pequenino vilarejo com somente duas casas. Descobrimos que não havia problemas quanto ao caminho, pois a subida para o Renjo La pode ser feita também a partir de Arye, onde sai uma trilha que, um pouco mais adiante, já encontra a trilha que parte de Lungden. Assim, decidimos ficar em Arye e montamos nossa barraca ao lado do Arye Lodge (valor para acampar: gratuito).
De manhã cedo, tirando o leite da vaca, em Thame
Na caminhada, um pouco acima de Thame, com o Kongde Ri (6187m) ao fundo, escondido entre as nuvens.
Visual na caminhada
Mulher, na trilha um pouco acima de Thame
Stupa, no vilarejo de Thame Ting. Ao fundo, o Kongde Ri (6187m) domina a paisagem da região.
Passando pela stupa, em Thame Ting
Mulher na trilha
Mulheres e criança na trilha
Na trilha, pouco antes de Arye
Nosso acampamento em Arye (4300m)
Dia 12 (08/05):
Passamos o dia em Arye (4300m), para permitir a aclimatação à altitude. Foi um dia de descanso. O tempo nublado nos preocupava, pois nossa intenção era cruzar o passo no dia seguinte.
Arye (4300m)
Pemba Nuru Sherpa, nos demonstrando como se prepara os novelos de lã de yak. Este simpático senhor, dono do Arye Lodge, aos 60 anos de idade, dispõe de uma saúde exemplar, constantemente caminhando pelas encostas da região para cuidar de seu rebanho de yaks. Ele conta que, até alguns anos atrás, ainda ia para o Tibet trocar mercadorias nepalesas por sal. A fronteira com o Tibet está à algumas dezenas de quilômetros de caminhada, seguindo pelo vale a partir de Arye.
Sherpa é o nome do povo que habita as regiões montanhosas do Solu Khumbu e Helambu. Erroneamente, muitas vezes se utiliza o termo “sherpa” para designar as pessoas que trabalham como carregadores, guias, cozinheiros, etc, nas expedições do Himalaia. Porém, na verdade nem todos são Sherpas.
O povo Sherpa originou-se a partir de uma tribo budista, que migrou do platô tibetano no século XV, e se fixou nas montanhas da região do Solu Khumbu e Helambu. Os Sherpas ainda seguem costumes similares aos dos budistas do Tibet e falam uma língua derivada do tibetano. Os sherpas geralmente levam em seu primeiro nome o dia da semana em que nasceram: Dawa (segunda-feira), Mingmar (terça-feira), Lhakpa (quarta-feira), Phurba (quinta-feira), Pasang (sexta-feira), Pemba (sábado) e Nyima (domingo). Já o último nome sempre é Sherpa, designando seu povo.
No Arye Lodge, a partir da esquerda: Yunhoo (Korea), Lindsay (U.S.A.), Janet (U.S.A.), Deise e Pemba Nuru. Vínhamos caminhando praticamente sempre juntos com o Yunhoo, desde Sete, no terceiro dia da caminhada. As duas americanos nós conhecemos perto de Shivalaya, no primeiro dia da caminhada, e depois nos reencontramos em Junbesi (no terceiro dia) e em Namche Bazaar.
Yak
Dia 13 (09/05):
O dia amanheceu lindo. O céu estava limpo, sem nuvens. Era um bom dia para cruzarmos o passo. Saímos cedo e comecamos a subir pela encosta do vale onde está Arye. Após pouco mais de uma hora de caminhada, cruzamos com a trilha que vem de Lungden e seguimos rumo ao Renjo La. Contornamos o lago Relama Cho pelo lado esquerdo e, após mais uma boa subida, chegamos no Angladumba Tsho, um belo lago cor de esmeralda. Comemos um lanche e, contornando o Angladumba Tsho pela direita, seguimos por uma subida bastante empinada até o passo. O caminho estava coberto de neve. Chegando no Renjo La (5345m), pudemos desfrutar de uma bela vista. Ficamos cerca de uma hora lá em cima, contemplando o maravilhoso cenário ao nosso redor, rodeados pelas montanhas nevadas do Himalaia.
Cruzando o passo, descemos pelo lado leste, em direção à Gokyo. No final da descida, a paisagem foi encoberta pelas nuvens. Chegamos no final da tarde no vilarejo de Gokyo (4750m), situado ao lado do lago Dudh Pokhari. Nos hospedamos no Cho Oyu View Lodge (quarto para duas pessoas: gratuito).
Arye Lodge, de manhã cedo. Era o dia de cruzarmos o passo, o Renjo La (5345m), e depois de dias de tempo instável, fomos premiados com tempo bom.
Tomamos o café da manhã no Arye Lodge: Mingau de Tsampa (farinha de cevada), um alimento bastante comum entre os sherpas e tibetanos. Depois desta dose de energia e após desmontar nosso acampamento e arrumar as mochilas, deixamos Arye e partimos rumo ao Renjo La.
Kongde Ri (6187m)
Montanhas iluminadas pela luz do amanhecer
Início da subida
No fundo do vale, no canto direito da foto, pode-se ver as casas de Arye
Estávamos rodeados por belas montanhas
Subindo
Caminhada
Flor
Lindo visual
Caminhada
Subindo rumo ao Renjo La. Pode-se ver o passo ao fundo, no centro da foto, entre as montanhas nevadas.
Angladumba Tsho, um belo lago cor de esmeralda, a cerca de 5000 metros de altitude. Ao fundo, no canto superior direito da foto, está o Renjo La (5345m).
Vegetação adaptada à altitude e ao frio.
Na subida em direção ao passo, com o Angladumba Tsho abaixo.
No Renjo La, à 5345 metros de altitude. Chegando no passo, pudemos desfrutar da vista para o outro lado, rumo ao vale de Gokyo, ao leste. Ao fundo pode-se avistar o monte Everest.
Bandeirinhas budistas, no Renjo La (5345m)
Junto com nosso amigo koreano, Yunhoo. O Everest está visível ao fundo.
Vista panorâmica desde o Renjo La. Um mar de montanhas. Da esquerda para a direita: Pumori (7165m), Changtse (7550m - entre as nuvens), Everest (8850m), Nuptse (7861m), Lhotse (8501m), Makalu (8463m - ao longe entre as nuvens), Cholatse (6443m), Taboche (6542m).
Everest (8850m), Nuptse (7861m), Lhotse (8501m) e Makalu (8463m - ao longe, no canto direito da foto). No vale, pode-se ver o lago Dudh Pokhari, o vilarejo de Gokyo e o Glaciar Ngozumpa.
Everest (8850m - a mais alta montanha do mundo), Nuptse (7861m - visível no centro, mais a frente), Lhotse (8501m - a quarta montanha mais alta do mundo)
Makalu (8463m - a quinta montanha mais alta do mundo)
Curtindo o visual no Renjo La (Passo Renjo)
Após cruzar o passo, a descida
Durante a descida. Ao fundo podem ser vistos o Cholatse (6443m) e o Taboche (6542m). Em primeiro plano, no lado direito da foto, destaca-se o Pharilapche (6017m).
Durante a descida do Renjo La, com o Everest ao fundo (no canto superior direito da foto).
Na descida do Renjo La, rumo ao vilarejo de Gokyo
Pouco antes de chegar em Gokyo: Vista do lago Dudh Pokhari.
DICA: Geralmente as pessoas cruzam o Renjo La no sentido de Gokyo para Thame, por proporcionar um menor desnível a ser vencido na subida. Gokyo está à 4750m e o passo está à 5345m, portanto o desnível é de aproximadamente 600 metros. Nós optamos por cruzar no sentido contrário. Os vilarejos de Lungden ou Arye estão à 4300m, impondo um desnível de cerca de 1050 metros a ser vencido até o passo. O desnível é maior, a subida é mais longa, mas não chega a ser um problema. No entanto, é importante estar suficientemente aclimatado antes de cruzar o passo. Por este motivo, passamos um dia descansando em Arye.
Para ver as demais postagens sobre esta caminhada, clique nos links abaixo:
Trekking no Khumbu (Parte 1) - Nepal
Trekking no Khumbu (Parte 3) - Nepal
Trekking no Khumbu (Parte 4) - Nepal
Trekking no Khumbu (Parte 5) - Nepal
Trekking no Khumbu (Parte 6) - Nepal
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