Pensando um pouco a respeito desta viagem que estamos fazendo, vejo que ela é um pouco mais do que somente uma viagem. Uma pessoa que viaja, sai de sua casa para conhecer algum outro lugar, passar algum tempo fora e depois retornar. Porém, o nosso caso não é bem este. Mais do que estar viajando, estamos vivendo como nômades. Não temos residência fixa e também não sabemos para onde vamos depois.
Um ano e oito meses atrás, deixamos nossos trabalhos, a segurança e o conforto de uma vida rotineira. Desalugamos nossa residência brasileira, em Porto Alegre, e fomos morar em Barcelona, longe de nossa família e amigos. Não sabíamos quanto tempo ficaríamos vivendo lá. Talvez alguns meses, talvez o resto da vida. Neste tempo que estivemos em Barcelona, dividimos residência com várias pessoas e conhecemos gente de diferentes partes do mundo. Trabalhamos também com coisas inusitadas. Após algum tempo, no entanto, vimos que a rotina novamente estava nos abraçando e que não estávamos totalmente contentes com ela. Desta forma, floresceu o desejo de por o pé na estrada por um tempo. Este ano de trabalho e a vida relativamente simples que levamos nos permitiram acumular algum dinheiro, suficiente para passarmos um tempo perambulando pela Asia, onde, com a conversão das moedas, as coisas são em geral muito baratas. Assim, mais uma vez desmontamos nossa residência, deixamos a Espanha e fomos para a India, onde rodamos por todo o país durante quatro meses e meio. E depois seguimos para o Nepal, onde estamos atualmente.
Não temos residência fixa. Somos nômades. Agora estamos andando pela Asia, onde acreditamos que poderemos seguir por talvez mais um ano conhecendo diversos países. Após isso, ainda não temos a mínima idéia de onde vamos. As vezes passa pela nossa cabeça voltar para Europa, ou voltar para o Brasil, ou ir para Australia, ou Nova Zelândia, ou Canada, ou para algum país da América do Sul. Enfim, isto agora é uma incógnita. E também ainda é muito cedo para sabermos.
Levando-se uma vida nômade é difícil prever o dia de amanhã. Não precisamos fazer muitos planos. Aliás, é inútil fazer planos distantes, pois as coisas estão constantemente em mudança. Cada dia é um novo dia. Não há rotina. Devemos simplesmente seguir o caminho do coração, o caminho que nosso coração manda seguir neste exato momento.
A vida nômade proporciona algumas grandes experiências. É uma bela escola. As experiências são “exteriores” e também “interiores”. Aliás, acredito que são principalmente “interiores”. Sinto que a viagem é muito mais por dentro de nós mesmos do que realmente pelos lugares todos por onde estamos passando.
As experiências “exteriores” são claramente evidentes: Estamos constantemente conhecendo novos lugares, outras culturas, pessoas, diferentes maneiras de viver e exergar o mundo. Porém, as experiências “interiores” são as mais gratificantes. A viagem por dentro de si mesmo é em torno do auto-conhecimento. Neste caminho, aos poucos podemos conhecer e desvendar mais o que há dentro de nós. E esta viagem “interior” é muito mais grandiosa e longa do que viajar por toda a India, por toda a Asia, ou até por todo o planeta. É uma verdadeira jornada, uma enorme odisséia.
Estamos viajando num ritmo bastante lento, sem pressa, sem correria. Paramos vários dias num mesmo lugar, o que dá tempo de assimilar mais as coisas, e também intensificar o aspecto “interior” da viagem e destas experiências. Assim, temos muito tempo também para ler, pensar, refletir. E quando sentimos que é hora de partir, colocamos as coisas de volta na mochila e seguimos viagem.
Um aspecto interessante da vida nômade é a minimização das posses materiais. Há uma evidente limitação física, que impede o excesso. Andamos somente com o que cabe na mochila. E logo percebemos que isso é mais do que suficiente para viver. A experiência nos mostra que de fato não precisamos de muito.
Outra lição importante é o exercício da flexibilidade e da adaptabilidade. Estamos em constante mudança. Por onde passamos, conhecemos outras culturas, diferentes valores, diferentes hábitos. E temos que ser flexíveis: Compreender as diferenças e nos encaixar. Temos que nos adaptar. Porém, sem nos apegar. Pois o dia de amanhã nos reservará novas mudanças.
E se nos perguntam se vamos levar esta vida nômade para sempre, a resposta é: Não sabemos. Pode ser que sim. E também pode ser que não. Pode ser que daqui algum tempo encontremos um lugar que nos abrace, que nos motive a fixar fisicamente. Mas certamente as lições adquiridas neste período nômade estarão sempre presentes. E acredito que o espírito viajante, explorador, desbravador, deva permanecer. Nem que ele se volte totalmente para dentro. Pois a viagem “interior” sempre continuará.
Um ano e oito meses atrás, deixamos nossos trabalhos, a segurança e o conforto de uma vida rotineira. Desalugamos nossa residência brasileira, em Porto Alegre, e fomos morar em Barcelona, longe de nossa família e amigos. Não sabíamos quanto tempo ficaríamos vivendo lá. Talvez alguns meses, talvez o resto da vida. Neste tempo que estivemos em Barcelona, dividimos residência com várias pessoas e conhecemos gente de diferentes partes do mundo. Trabalhamos também com coisas inusitadas. Após algum tempo, no entanto, vimos que a rotina novamente estava nos abraçando e que não estávamos totalmente contentes com ela. Desta forma, floresceu o desejo de por o pé na estrada por um tempo. Este ano de trabalho e a vida relativamente simples que levamos nos permitiram acumular algum dinheiro, suficiente para passarmos um tempo perambulando pela Asia, onde, com a conversão das moedas, as coisas são em geral muito baratas. Assim, mais uma vez desmontamos nossa residência, deixamos a Espanha e fomos para a India, onde rodamos por todo o país durante quatro meses e meio. E depois seguimos para o Nepal, onde estamos atualmente.
Não temos residência fixa. Somos nômades. Agora estamos andando pela Asia, onde acreditamos que poderemos seguir por talvez mais um ano conhecendo diversos países. Após isso, ainda não temos a mínima idéia de onde vamos. As vezes passa pela nossa cabeça voltar para Europa, ou voltar para o Brasil, ou ir para Australia, ou Nova Zelândia, ou Canada, ou para algum país da América do Sul. Enfim, isto agora é uma incógnita. E também ainda é muito cedo para sabermos.
Levando-se uma vida nômade é difícil prever o dia de amanhã. Não precisamos fazer muitos planos. Aliás, é inútil fazer planos distantes, pois as coisas estão constantemente em mudança. Cada dia é um novo dia. Não há rotina. Devemos simplesmente seguir o caminho do coração, o caminho que nosso coração manda seguir neste exato momento.
A vida nômade proporciona algumas grandes experiências. É uma bela escola. As experiências são “exteriores” e também “interiores”. Aliás, acredito que são principalmente “interiores”. Sinto que a viagem é muito mais por dentro de nós mesmos do que realmente pelos lugares todos por onde estamos passando.
As experiências “exteriores” são claramente evidentes: Estamos constantemente conhecendo novos lugares, outras culturas, pessoas, diferentes maneiras de viver e exergar o mundo. Porém, as experiências “interiores” são as mais gratificantes. A viagem por dentro de si mesmo é em torno do auto-conhecimento. Neste caminho, aos poucos podemos conhecer e desvendar mais o que há dentro de nós. E esta viagem “interior” é muito mais grandiosa e longa do que viajar por toda a India, por toda a Asia, ou até por todo o planeta. É uma verdadeira jornada, uma enorme odisséia.
Estamos viajando num ritmo bastante lento, sem pressa, sem correria. Paramos vários dias num mesmo lugar, o que dá tempo de assimilar mais as coisas, e também intensificar o aspecto “interior” da viagem e destas experiências. Assim, temos muito tempo também para ler, pensar, refletir. E quando sentimos que é hora de partir, colocamos as coisas de volta na mochila e seguimos viagem.
Um aspecto interessante da vida nômade é a minimização das posses materiais. Há uma evidente limitação física, que impede o excesso. Andamos somente com o que cabe na mochila. E logo percebemos que isso é mais do que suficiente para viver. A experiência nos mostra que de fato não precisamos de muito.
Outra lição importante é o exercício da flexibilidade e da adaptabilidade. Estamos em constante mudança. Por onde passamos, conhecemos outras culturas, diferentes valores, diferentes hábitos. E temos que ser flexíveis: Compreender as diferenças e nos encaixar. Temos que nos adaptar. Porém, sem nos apegar. Pois o dia de amanhã nos reservará novas mudanças.
E se nos perguntam se vamos levar esta vida nômade para sempre, a resposta é: Não sabemos. Pode ser que sim. E também pode ser que não. Pode ser que daqui algum tempo encontremos um lugar que nos abrace, que nos motive a fixar fisicamente. Mas certamente as lições adquiridas neste período nômade estarão sempre presentes. E acredito que o espírito viajante, explorador, desbravador, deva permanecer. Nem que ele se volte totalmente para dentro. Pois a viagem “interior” sempre continuará.
Estou encantada com a vida de vocês! É uma opção muito sábia... conhecer o mundo, a diversidade de culturas, pessoas. Realmente a transformação interior deve ser enorme e na minha opinião, não há objetivo maior na vida... e pensar que a maioria das pessoas esqueceu sua essencia e hoje trabalha pra poder ter um carro do ano...
ResponderExcluirBoa viagem a vocês e grande abraço!
Olá, Roberto,
ResponderExcluirMeu nome é Marcos, trabalho na Ketchum Estratégia, uma agência de relações públicas. Tudo bem?
Tenho uma sugestão, que pode valer um post pro seu blog. Se puder, entre em contato comigo: marcos.paulo@ketchum.com.br .
Obrigado!
Que demais Roberto, parabéns! Legal saber que vc está bem! Vc só não comentou nada sobre música... Tou achando que vai sair um livro dessa viagem... porque além de escrever bem, tem muito conteúdo e inspiração para passar. Abração! Filippo
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