Imagens de Itatiaia - AnimaFoto: Agulhas Negras

AnimaFoto é um projeto de animações realizadas a partir de sequências de fotos. Para essa animação, o designer e fotógrafo Nelson Porto visitou as montanhas de Itatiaia por duas vezes, e produziu mais de 50 cenas de time-lapse editadas em um curta metragem. No total, mais de 6.000 fotos para realizar esse vídeo, ao longo de 7 dias.

Fotografia / Photography: Nelson Porto
Trilha sonora / Soundtrack: Bobby McFerrin ("Circlesong 6")

Andradas - matando a saudade e lançamento do guia de escaladas

Na sexta-feira, dia 19/08/2011, fui com meus amigos Filippo, Samantha e Sílvia para Andradas passar o final de semana escalando e participar da festa de lançamento do guia de escaladas. Fazia anos que não via este pessoal. E também, por estar morando longe nos últimos anos, fazia anos que não ia para Andradas. A última vez que havia estado lá foi em janeiro de 2005, quando abri junto com o Filippo a via Cinco e Quinze, na Pedra do Elefante.

No sábado (20/08) fomos escalar na Pedra do Pântano. O tempo estava nublado, com cara que ia começar a chover logo mais. Começamos a escalar e logo chegaram o Camilo e a Chu, que vinham direto de São Paulo e disseram que pegaram bastante chuva durante toda a viagem. E não deu outra: Pouco tempo depois a chuva chegou. Voltamos para o abrigo, almoçamos e assistimos filmes de escalada com o pessoal. Felizmente a chuva não durou muito. Assim, no final da tarde voltamos para a pedra, que já estava praticamente seca, e escalamos mais um pouco. Novamente voltou a chover e, então, voltamos mais uma vez para o abrigo. Já era finalzinho de tarde e estava começando a escurecer. De noite teve a festa de lançamento do Guia de Escaladas de Andradas. Havia uma galera de montanhistas no abrigo e o astral estava bom, regado a comes e bebes.

Choveu durante a noite e no domingo (21/08) tudo estava molhado. Todo mundo acordou tarde. Tomamos o café da manhã, ficamos batendo papo e organizando as coisas para ir embora. Voltamos de tarde para São Paulo, onde chegamos por volta das 16:30. O final de semana não rendeu tanto em termos de escalada, porém foi divertido reencontrar o pessoal, amigos que não via há tempos! E só o fato de estar lá, sentido o cheiro do campo e matando a saudade do lugar também já valeu.


O Abrigo de Montanha do Pântano, com a Pedra do Pântano ao fundo.


Pedra do Pântano


Subindo pela trilha até a Pedra do Pântano, no sábado de manhã.


Com a Pedra do Pântano ao fundo.


Samatha Soifer na via Nini Van Prehn, com o Filippo Croso na segurança. Escalamos a primeira enfiada da via e logo começou a chover.


Eu, na primeira enfiada da via Mugido da Vaca Louca, aproveitando que tinha parado de chover e a pedra havia dado uma secada no final da tarde. Escalamos a primeira enfiada da Mugido, em seguida ainda fiz a Urubu na Nóia e logo depois começou a chover novamente.


Filippo, Daniela e Jacaré, autores do Guia de Escaladas de Andradas, autografando os livros.


Reencontro de velhos amigos: Filippo, eu, Camilo, Sílvia, Beto, Samantha.

Escalando em São Bento do Sapucaí - matando a saudade


O conjunto da Pedra do Baú. Da esquerda para a direita: Pedra do Bauzinho (1835m), Pedra do Baú (1905m) e Pedra da Ana Chata (1738m)


Aproveitando minha visita a São Paulo para matar a saudade dos amigos e de alguns locais de escalada, combinei de ir com o David em plena segunda-feira para São Bento do Sapucaí. Por estar morando longe nos últimos anos, acabei não indo escalar lá durante muito tempo. Fazia quase 9 anos que eu não ia lá!

180° South: Conquerors of the Useless - O Filme

180° South: Conquerors of the Useless (180 Graus Sul: Conquistadores do Inútil) é um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos. Este belo documentário foi dirigido por Chris Malloy e lançado em 2010. O filme narra a viagem que Jeff Johnson fez até a Patagonia, inspirada na lendária viagem de 1968 de Yvon Chouinard (fundador das marcas Black Diamond e Patagonia) e Doug Tompkins (fundador da marca The North Face), quando eles foram de carro até a Patagonia para escalar o Cerro Fitz Roy, conquistando a via Californiana. Jeff inicia sua viagem em 2007 de veleiro, passando pela Ilha de Páscoa e seguindo até a Patagonia chilena, com o objetivo de escalar o Cerro Corcovado. Durante a viagem são feitas diversas reflexões sobre a maneira como a humanidade está se desenvolvendo, sobre os valores sociais, sobre os impactos ambientais gerados pelo homem, etc. O filme exalta o espírito de viajar, com bonitas cenas de vela, surf e alpinismo. As paisagens são incríveis, a fotografia é belíssima e a trilha sonora é ótima. Mas, acima de tudo, a mensagem deixada é forte e inspiradora. Vale a pena assistir!

Para maiores informações veja o site do filme: 180 South

A seguir estão o trailer do filme e a sinopse (em inglês):





180° SOUTH is the story of one of the most unique and prolific environmentalists of our time - Yvon Chouinard. Rather than re-living Yvon's story through old photos and his life's work with pie charts, 180° SOUTH weaves Chouinard's tale through a modern day expedition. This expedition was inspired by the rumor of a legendary trip in 1968 and the proof that came with it when the lost cans of film that documented the trip were recently discovered. The old footage captures Chouinard and best friend Doug Tompkins in 1968 as they explore untouched mountain ranges and un-surfed coastline on a 5000 mile expedition from California to deep Patagonia. For the two men, the original '68 adventure still stands as "the trip of our lives."

A young American adventurer named Jeff Johnson happened upon the footage in 1990 and spent the next ten years of his life dreaming of following their footsteps south. In 2007, Jeff dropped everything to finally fulfill his dream. He set out to follow Chouinard's classic route on what became a six month traverse of North and South America. His hope is simply to find unclimbed mountains and un-ridden waves in the spirit of his heroes. However, as he travels, his eyes open up to the see environmental disasters that threaten these places as well as the human triumphs that are working to save them.

From the start of the film, each scene seamlessly echoes back and forth between Jeff's modern day adventure and conversations happening in a century old stone cabin in deep Patagonia. The two men (Chouinard and Tompkins) cook the fish they have just caught on a wood-burning stove. Their hair is silver now and the lines on their faces speak volumes. They have been best friends and expedition partners for over fifty years. They recount their lives with simple and humble narratives (all of which have achieved folkloric stature in the outdoor world). The stories come to life with classic archival footage and hand drawn animation (by artist Geoff McFetridge). Each story flows in-and-out of Jeff's voyage becoming a parable to a thesis that has solidified them as true visionaries in the most important revolution of our time: the preservation of the natural world.

As the film progresses and Jeff picks up several more characters, each with their own unique views of the world, we realize that Jeff has been with the old men in the cabin the whole time. Asking the questions that have produced the stories and philosophies we see. We also come to find out that we are on the eve of what could be the last big climb of their lives together (as they are both almost 70 now). It is an unclimbed, unnamed peak that is part of a two-million acre preserve. A park that the two have created together.

Visual das Águas - matando a saudade

O Visual das Águas, localizado próximo da cidade de Bragança Paulista, é um dos principais campos escola de escalada em rocha do estado de São Paulo. Foi um dos lugares onde comecei a escalar e que frequentei bastante durante uma época de minha vida. Inclusive pude contribuir também com a abertura de algumas vias. Por isso tudo, tenho um carinho especial por este lugar.

Por estar morando longe nos últimos anos, acabei não indo escalar lá durante todo esse tempo. Porém, nesta visita a Sampa resolvi matar a saudade do lugar. Fazia quase 9 anos que eu não ia lá! Assim, na sexta-feira, dia 12/08/2011, tive a especial oportunidade de visitar o Visual junto com meus companheiros de escalada David e San, e também o Caio, o filhinho de 3 anos do San (que estava tendo sua primeira experiência na rocha). O dia estava lindo. Além disso, sempre é gratificante uma escaladinha em dia de semana: Fugindo do caos da cidade grande, indo para o campo e escalando com a pedra vazia, sem mais ninguém além de nós. Foi um dia bastante agradável, com escaladas tranquilas e divertidas, no ponto exato para nós que estamos fora de forma.


Escalando no Visual das Águas


Vista da represa


A galera: eu, San, Caio e David

Lançamento do Guia de Escaladas de Andradas

Lembro quando começamos a conquistar as primeiras vias de escalada na região de Andradas-MG. Naquela época existiam pouquíssimas vias por lá. Mas devido o enorme potencial de escaladas do lugar, podíamos sonhar com um dia em que aquelas pedras estariam repletas de vias, com muitos escaladores frequentando o lugar e até mesmo com um guia de escaladas que pudesse orientar os escaladores. Naquela época tudo isso era apenas um sonho distante. Porém, sabíamos que certamente um dia este momento chegaria.

E de fato chegou! Atualmente já se pode afirmar seguramente que Andradas é um dos principais locais de escalada em rocha frequentado por montanhistas do estado de São Paulo e do sul de Minas Gerais. E o tão esperado e sonhado Guia de Escaladas de Andradas está sendo lançado!

No dia 20/08/2011 (sábado), haverá uma festa de lançamento do “Guia de Escaladas de Andradas” no Abrigo de Montanha do Pântano.


Guia de Escaladas de Andradas:

Autores: Pedro Zeneti Jr, Daniela C. Lopes e Filippo Croso

O guia tem 104 páginas, sendo 16 delas coloridas com fotos das diversas faces das pedras e os traçados das vias desenhados. Ao todo o guia compreende 77 vias, 52 croquis detalhados + ilustrações, abrangendo as pedras do Pântano, Boi e Elefante.

O livro será vendido nas lojas e academias por R$36.
Preço especial na festa de lançamento: R$25.


Compareçam para um fim de semana escalando em Andradas e comemorando a conclusão deste belo projeto. Para maiores informações e reservas contate o Pedro Zeneti (Jacaré), pelo tel: (19) 81354124 / 98109803 ou pelo e-mail: pedro@abrigopantano.com

Parabéns aos autores do guia por esta fantástica realização!

Previsão do Tempo nas Montanhas - Mountain Weather Forecast

Quer saber como vai estar o tempo na montanha?
O site Mountain-Forecast apresenta previsão de tempo para diversas montanhas do mundo (e inclusive montanhas brasileiras). A previsão é disponibilizada para diferentes faixas de altitude e, além disso, o site também apresentada informações básicas sobre a escalada das montanhas.

É uma ferramenta útil para planejar uma escalada, principalmente em alta-montanha. Vale a pena conferir:

Mountain-Forecast

Psicobloc no Cânion do Talhado

O Cânion do Talhado, no Rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, se revelou um lugar perfeito para prática de psicobloc (escalada solo em rochas cercadas por águas profundas), conforme mostram os dois videos abaixo:





Filme: Caminhos da Mantiqueira (Trailer e Making Of)

A Serra da Mantiqueira é um lugar especial, mágico, encravado na fronteira dos estados de SP, MG e RJ e que, embora relativamente próximo às duas maiores cidades do país, ainda preserva sua identidade cultural e natural. A seguir estão o trailer, a resenha e o making of do filme Caminhos da Mantiqueira, que busca justamente retratar a identidade desta região:

Trailer:




"Caminhos da Mantiqueira" percorre estradas, histórias e vidas em busca da identidade própria e única da Serra da Mantiqueira. O documentário de longa metragem (79min) apresenta com sensibilidade um pedaço relativamente desconhecido de muitos brasileiros, apesar de sua extrema importância para o pais. Embora a região seja cortada pelas fronteiras políticas entre três estados da federação - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - a Mantiqueira apresenta características próprias, naturais e históricas.
O documentário se vale de um formato Road Movie, 'protagonizado' pela equipe que se deslocou ao longo de 35 dias por quase 40 cidades da serra; percorreu vales e escalou vários de seus cumes; adentrou suas florestas e parques e, o mais prazeroso, ouviu suas gentes: agricultores, tropeiros e violeiros, claro, todos contadores de causos. Também foram ouvidos ambientalistas, geógrafos, biólogos e historiadores; tudo com o intuito de costurar uma narrativa a um só tempo informativa e emocionante sobre a região, abordando temas como o ecossistema, as reservas florestais, as nascentes de água e seus importantes rios, a ancestral formação geológica, as mais recentes histórias da Revolução de 1932 e, como não poderiam faltar, as narrativas que nos levam para além do tempo através dos relatos testemunhais sobre o Lobisomem, a Mãe de ouro e o Corpo Seco, seres que vivem no imaginário de alguns de nossos personagens.
Além do filme, estão sendo lançados um CD com a trilha sonora e um livro homônimo, editado pela Empresa das Artes; livro que, aliás, foi o ponto de partida para a pesquisa que orientou a realização do projeto.

Making Of:

Filme: Júnior - Montanhar - Escalada no Espírito Santo

O filme Júnior, produzido pela Montanhar, apresenta um pouco do enorme potencial de escaladas no estado do Espírito Santo e também denuncia a ação devastadora das mineradoras de granito na região. Vale a pena assistir:



Filme: Júnior (Fonte: Montanhar)

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Desenferrujando o esqueleto

Depois de tanto tempo fora do país, tanto tempo viajando pela Asia como mochileiro (porém, sem espaço para os equipamentos de escalada na mochila), estou podendo agora sair deste longo período de jejum. É muito bom estar escalando novamente, buscando recuperar o condicionamento físico perdido e, também, vendo a escalada com outros olhos: Os olhos de quem está recomeçando, de quem quer crescer, os olhos do novo, do entusiasmo. Estou feliz de estar enxergando desta maneira, ainda mais esta atividade, que já preencheu (e acredito que ainda preenche) um espaço enorme na minha vida. Assim, posso dizer também que o jejum, esta pausa de alguns anos, foi bom. Foi importante. As vezes é necessário parar, olhar as coisas de fora, sob outra perspectiva, retomar as forças, e então recomeçar. Agora morando novamente no Brasil, em Porto Alegre-RS, tento recomeçar... afinal, nunca é tarde.


Esta foto foi tirada no dia 30/04/2011, escalando no campo-escola Behne, em Ivoti-RS, junto com a Deise e o Antonio. (Crédito da foto: Antonio Gadenz).

Escalada em Andradas - Informações e Croquis

Foto: Pedra do Pântano
Andradas está no sul de Minas Gerais. Próximo à cidade há uma área fantástica para escalada em rocha, encravada na Serra da Mantiqueira, onde neste trecho especificamente, recebe o nome de Serra do Pau D’Alho, com altitudes variando entre 900 e 1600 metros.

Através dos links abaixo, você poderá obter mais informações sobre as escaladas na região:

Um Pouco de História

Como Chegar

Onde Ficar:
- Abrigo de Montanha do Pântano
- Abrigo de Montanha do Velho


Alguns Croquis de Vias de Escalada:

- Pedra do Elefante:

5:15 (Cinco e Quinze) - 5 Vsup E2 190m
Dona Terezinha - V E1 45m
Erupção - 5 VI E2 160m
Nimbos - 3 IIIsup E1 65m
Nois Que Feis - 2 IIsup E2 100m
Normal - 2 IIsup E2 140m
Via do Jacaré - 3 IIIsup E1 50m
Vulcano - 4 V E2 150m


- Pedra do Pântano:

Baguette Não - 5 VI A1+ E2 150m
Invasores - VI E3 28m
Manteiga Derretida - 5 V E2 50m
Pão Francês - 5 VIsup E3 150m
Perdidos no Pântano - VIIa E3 40m
Tendências Sociofóbicas - 6 VIsup ( A1+ / IX? ) E3 120m
Universo Paralelo - 6 VIIc E2 55m


- Pedra Rajada:

Twister - 6 VIIa E2 40m


- Pedra do Divino:

Mama Africa - 5 Vsup E3 110m

Pico do Baiano - Via Obra do Acaso - Serra do Caraça

Por: Roberto Lacaze

O Pico do Baiano (2016m de altitude), localizado na Serra do Caraça, Minas Gerais, possui em sua face leste uma enorme parede de quartzito de mais de 600 metros de altura, cenário de longas vias de escalada em rocha.

Tive a oportunidade de conhecer esta montanha em julho de 1999, durante uma viagem de mais de um mês escalando por diversas regiões de Minas Gerais e Rio de Janeiro, junto com o David Henrique. Encontramos o Kaka em Belo Horizonte, que, como reza a tradicional hospitalidade mineira, nos propôs irmos escalar no Baiano. Assim, viajamos até Morro da Água Quente, um pequeno vilarejo localizado aos pés da montanha. Era noite quando chegamos lá. Esticamos nossos sacos de dormir em uma praça e fizemos um bivaque.

Acordamos cedo no dia seguinte (14/07/1999) e saímos às 7:45 rumo à montanha. Subimos por uma trilha, que nos levou, em cerca de 2 horas de caminhada, até a base da parede.

Nesta época, existiam quatro vias no Baiano: A primeira via, chamada Odisséia ao Crepúsculo, que contava com algumas repetições; e mais três vias, que provavelmente nunca tinham sido repetidas. Uma delas, chamada Megacefalomania, havia sido conquistada recentemente pelo Kaka.

A princípio, pretendíamos repetir a via dele, porém quando chegamos na parede decidimos entrar em outra via para conhecer, que tinha acabado de ser conquistada. Durante a subida vimos que várias chapeletas ainda estavam com o pó da rocha, resíduo da abertura dos furos. Escalamos a via o mais rápido que pudemos para uma cordada de três pessoas. Em 4 horas de escalada subimos os 650 metros de via e chegamos no cume. A vista lá de cima estava linda. Não havia nenhuma nuvem no céu. Assinamos o livro de cume do Baiano e descobrimos que a via se chamava Obra do Acaso e tinha sido concluída alguns dias antes, em 10/07, o que nos leva a crer que fizemos a primeira repetição da via.

Decidimos rapelar pela via Megacefalomania, que o Kaka conhecia bem e isso facilitaria nosso trabalho. A parede estava na sombra e fazia frio. Foram vários rapeis até finalmente chegarmos na base da pedra. Já estava escurecendo. Fizemos a caminhada de volta pela trilha até o vilarejo, onde chegamos por volta das 21:00. Comemos um “prato-feito” em um restaurante, cansados depois do longo dia de escalada. Conversamos com o dono do restaurante e, novamente salvos pela hospitalidade mineira, ele nos deixou dormir no chão salão. Empurramos algumas mesas, esticamos nossos sacos de dormir no chão e desmaiamos.

O tempo virou no dia seguinte (15/07). As nuvens encobriam o Pico do Baiano. Eu e o David, que até então estávamos pensando em escalar a via Megacefalomania neste dia, mudamos de idéia. Deixamos Morro da Água Quente e resolvemos aproveitar o dia de tempo ruim para conhecer Ouro Preto.


Foto: A imponente face leste do Pico do Baiano (2016m), onde localizam-se as vias de escalada.

A seguir estão duas versões de croquis da via Obra do Acaso:

Croquis da via Obra do Acaso 5º VI (A0/VIIc) E2 650m
Obs.: Clique nas imagens para ampliar.


A via Obra do Acaso é toda protegida com chapeletas. Não é necessária a utilização de equipamentos móveis, embora um cliff de buraco (talon ou similar) pode ser útil para passar os crux da terceira e da sexta enfiada.

Infelizmente, o acesso ao Pico do Baiano atualmente está proibido pela companhia de mineração que existe na base da montanha. Portanto, parece que hoje em dia o “crux” da via mesmo é conseguir chegar na base da pedra sem ser notado pelos vigilantes da mineradora. Quando estive lá, em 1999, o acesso ainda não estava proíbido e portanto não tivemos este problema.

Para mais informações sobre o Pico do Baiano e também sobre as outras vias de escalada nesta montanha, veja o site do Centro Excursionista Mineiro (CEM):
CEM – Vias de escalada no Pico do Baiano
CEM – Acesso ao Pico do Baiano



Exibir mapa ampliado
Obs.: A imagem pode ser movimentada com o mouse, se desejar mudar o ângulo ou dar zoom.

Filme Platô - Rio de Janeiro - Platô da Lagoa

O filme Platô conta a história das vias do Platô da Lagoa, uma falésia carioca que sediou um dos primeiros campeonatos de escalada esportiva do Brasil. O filme discute também a polêmica utilização de agarras cavadas artificialmente no local. Esta produção participou da 10ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha e pode ser assistida na íntegra abaixo:



PLATÔ [HD] from Ricardo Cosme on Vimeo.

Via Erupção - Pedra do Elefante - Andradas

A via Erupção está na Pedra do Elefante (Andradas-MG), no Setor da Cabeça do Elefante, à direita da via Vulcano.

- Erupção ( 5 VI E2 160m; Andreas, Henrique Lima, Junior Lima, Silas Oliveira, Weberson Martins)


Croqui da via Erupção (Pedra do Elefante, Andradas-MG), elaborado pelos conquistadores da via (Fonte: Henrique Lima - Abrigo de Montanha do Velho)
Obs.: Clique na imagem para ampliar

Mais informações: Escalada em Andradas - Informações e Croquis

Via Leste - Pico Maior - Três Picos de Salinas

A via Leste do Pico Maior é certamente um clássico da escalada em rocha no Brasil. De estilo tradicional, bastante longa (com cerca de 700m de extensão) e localizada em um lugar belíssimo da Serra do Mar (o Parque Estadual dos Três Picos), a Leste é uma experiência incrível para aqueles que buscam um contato intenso com a montanha.

Este filme que coloco a seguir foi produzido pela Montanhar e retrata com lindas imagens a escalada desta via, além de contar um pouco sobre a história de sua conquista (em 1974).

Parte 1:




Parte 2:




Croqui (clique na imagem para ampliar):

Croqui da via Leste do Pico Maior. Fonte: FEMERJ


Tive a oportunidade de conhecer esta via em julho de 1999 em uma viagem que fiz com o David Henrique, onde passamos por vários locais de escalada do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Optamos por subir da maneira mais leve possível, para poder ganhar agilidade e velocidade. Escalamos em simultâneo a primeira metade da via, até chegar na primeira chaminé. A partir daí a linha faz mais zigue-zagues e portanto seguimos fazendo segurança normal. Foram cerca de 4h30min da base da via até o cume. Rapelamos pela via Sílvio Mendes e no final da tarde já estávamos de volta no acampamento.

Foto: A imponente face leste do Pico Maior (2316m). Localizado em Nova Friburgo (RJ), o Pico Maior é o ponto culminante da Serra do Mar.


Foto: Roberto Lacaze no topo do Pico Maior (2316m).

De volta ao Brasil

Chegamos no aeroporto de Guarulhos no dia 23/03/2011 de manhã cedinho. Havíamos embarcado em Barcelona no final da tarde do dia anterior e passado a noite viajando. Meu pai nos buscou no aeroporto e fomos para casa. Era boa e ao mesmo tempo estranha a sensação de estar de volta no Brasil depois de tanto tempo longe. Foram dois anos e meio vivendo fora do Brasil, parte morando em Barcelona (cerca de um ano) e parte viajando, passando por Europa, África e, principalmente, Ásia (cerca de um ano e meio). E depois de tanto tempo viajando, vivendo como nômades, agora estávamos cansados, precisando parar um pouco, sedentos por um lar.

Passamos três semanas na casa de meus pais, em São Paulo, aproveitando esse tempo para descansar e também organizar algumas coisas. Compramos um carro e, no dia 12/04, viajamos para Porto Alegre. Carregamos tudo o que pudemos – não cabia mais nada no pobre veículo – e fizemos assim nossa “mudança” para Porto Alegre, onde estaríamos morando nos próximos tempos.

Depois de um longo dia de viagem chegamos em Porto Alegre. Passamos uma semana e meia na casa da mãe da Deise, aproveitando esses dias para buscar um apartamento para alugar. E então, no dia 22/04 nos mudamos para nossa nova casa. Enfim, um lar: Um lugar para acomodar nossas coisas, um armário para guardar nossas roupas, uma geladeira para colocar nossa comida, uma estante para deixar os livros, um banheiro, um sofá – um lugar para descansar.


Pôr-do-sol em São Paulo

Fez - Marrocos

No dia 10/03/2011 nós pegamos em Girona um vôo para Fez, no Marrocos. Esta era a segunda vez que eu e a Deise íamos à Fez e também já conhecíamos relativamente bem o Marrocos. No entanto era a primeira vez da Inês e da Nanda. Para elas tudo era novidade e, por isso, no princípio estavam um pouco assustadas.

Chegamos de noite no aeroporto de Fez e negociamos um taxi para a Medina. Não tínhamos nenhuma reserva de hotel. O taxi nos deixou na entrada da Medina e a partir daí saímos caminhando pelas ruelas em busca de uma pousada. Depois de longas andanças, pesquisas e negociações, decidimos ficar no mesmo lugar onde já tínhamos ficado na outra vez que estivemos em Fez, dois anos atrás. E uma vez instalados, saímos para jantar os tradicionais cuscuz e tagine. Já era tarde e as ruas estavam vazias. Depois de jantar fomos descansar. Tinha sido um longo dia.

Passamos 5 dias em Fez, passeando, caminhando pela Medina e arredores, aproveitando a culinária marroquina e olhando o comércio local, com suas inúmeras lojas de produtos típicos. No terceiro dia trocamos de hotel, pois encontramos outro, mais confortável e um pouco mais barato, localizado próximo da entrada da Medina. E assim os dias foram voando.

Fez, vista do telhado no nosso hotel





Bab Bou Jeloud é a entrada principal de Fez el-Bali, o coração da Medina.


A muralha da Medina e, ao fundo, um cemitério.


Pôr-do-sol visto do telhado do nosso hotel, próximo à Bab Bou Jeloud, destacando o minarete de uma mesquita e, ao fundo, a muralha da Medina.


Visual do telhado do hotel, destacando o minarete de uma mesquita e, ao fundo, a enorme muralha.


Ruínas e, ao fundo, as montanhas ao redor de Fez.


Homens vestindo chilaba (túnica típica), na medina de Fez.


Vendedora de cerâmicas


Os tradicionais curtidores de couro de Fez


O couro é tingido nestes tanques, em condições insalubres de trabalho.


Calçados de couro à venda


O minarete de uma mesquita, na medina.





Nas ruas estreitas da medina a maior parte das mercadorias são transportadas no lombo de burros.


Vendedor de especiarias


As deliciosas azeitonas marroquinas


Vendedor de ovos


Mesquita


Cerâmicas à venda





Uma senhora, mendiga, e seus gatos





Bab Dekkaken


Place des Alaouites, Fez el-Jdid


Apreciando a culinária marroquina


No dia 15/03/2011, no final da tarde, pegamos um taxi para o aeroporto e, de noite, embarcamos de volta para a Espanha. Ao chegar em Girona, pegamos um ônibus para Barcelona e, então, um taxi até o apart-hotel que tínhamos reservado. Era tarde e estávamos cansados.


Para ver o relato e as fotos da primeira vez que estivemos em Fez, em fevereiro de 2009, clique aqui.